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- Source: Campus Sanofi
Doença de Fabry nas Mulheres

Mulheres com a variante patogénica no gene GLA, outrora consideradas como portadoras assintomáticas, podem de facto desenvolver manifestações da doença que vão desde ligeiras a graves.1-4 A análise das características na situação basal de uma coorte de 1765 homens e mulheres do Registo de Fabry mostrou que a idade média de início dos sintomas era de 13 anos nas mulheres, em comparação com os homens em que a idade média de início era de 9 anos.4 Nas mulheres, a dor neuropática foi o sintoma mais comum reportado em 41% das doentes4, com uma idade média de início aos 10 anos. Outros sintomas apresentaram uma idade de início dos 12-32 anos, em comparação com a idade de início do 8-20 anos no sexo masculino.

Inativação do cromossoma X em mulheres
Pensa-se que a expressão variável dos sintomas nas mulheres é influenciada pela inativação do cromossoma X,2 um fenómeno em que um de dois conjuntos haplóides de genes ligados ao cromossoma X em cada célula é inativado e não tem expressão fenotípica.
As mulheres heterozigotas que expressam preferencialmente o alelo funcional normal GLA (“wild-type”) normalmente experienciam poucos ou nenhuns sintomas, enquanto outras mulheres que expressem preferencialmente o alelo GLA mutado têm fenótipos da doença semelhantes aos que afetam os homens.5
Adicionalmente, o padrão de inativação do cromossoma X pode diferir entre órgãos e, assim sendo, a mesma mulher pode experienciar sintomas mais graves em determinados órgãos e não apresentar sintomas noutros órgãos.5
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- MacDermot KD, et al. Anderson-Fabry disease: clinical manifestations and impact of disease in a cohort of 60 obligate carrier females. J Med Genet 2001;38:769-75.
- Wang RY, et al. Heterozygous Fabry women are not just carriers, but have a significant burden of disease and impaired quality of life. Genet Med 2007;9:34-45.
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