
Comunicado de Imprensa | Especialistas unem-se para apresentar estratégia nacional no âmbito da prevenção da infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório
Comunicado de Imprensa | Especialistas unem-se para apresentar estratégia nacional no âmbito da prevenção da infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório
- RSV Think Tank – Inspirar à mudança como promotor do debate multidisciplinar, partilha e projeção de potenciais soluções para responder à realidade epidemiológica do RSV - Vírus Sincicial Respiratório – deu origem a um consenso nacional com três desafios prioritários: mais dados, mais literacia, mais prevenção.
27 de março de 2023 - Com o objetivo de debater a carga das infeções pelo Vírus Sincicial Respiratório (RSV) nas crianças em Portugal e de forma a consciencializar a sociedade e decisores sobre esta problemática, foi lançado o RSV Think Tank – Inspirar à mudança, uma iniciativa Sanofi, dinamizada pela MOAI Consulting, conduzida em parceria com a XXS - Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro e a APES - Associação Portuguesa de Economia da Saúde. Desta iniciativa surgiu um consenso nacional que pretende apresentar uma estratégia para a prevenção da infeção por RSV e que contou com a participação ativa de um painel multidisciplinar de personalidades, desde médicos pediatras e neonatalogistas, médicos de saúde pública, enfermeiros, economistas, associações de pais, autoridades de saúde e decisores.
Foi consensual que a infeção por RSV representa uma elevada carga em Portugal, sendo hospitalizadas, anualmente durante a época sazonal, 5,6 crianças em cada 1000 crianças com <5 anos de idade, devido a infeções respiratórias por RSV. A maioria das hospitalizações (95%) ocorrem em crianças saudáveis, sem fatores de risco previamente identificados.1
Para o Prof. Manuel Magalhães, perito integrante deste consenso, “o Vírus Sincicial Respiratório tem um impacto negativo significativo nas famílias, a nível emocional e económico, e nos sistemas de saúde, devido à sobrecarga que este gera durante as épocas virais. Nesse sentido, é fundamental pensarmos em estratégias que permitam priorizar o combate às infeções pelo RSV em Portugal e que tenham um real impacto na diminuição efetiva do número de casos de infeção. É, por isso, fundamental uma aposta no aumento da literacia em saúde por parte dos pais e cuidadores, assim como avaliar os métodos preventivos farmacológicos contra o vírus, para todas as crianças e preparar o país para a sua implementação”.
Estima-se que o elevado número de infeções por RSV no país está potencialmente associado a um elevado impacto económico e emocional para as famílias e sociedade. Adicionalmente, para os profissionais de saúde, o elevado número de infeções, especialmente durante a época sazonal, conduz a uma indiscutível sobrecarga do sistema de saúde, aumento dos níveis de stress e exaustão dos próprios e deterioração dos indicadores de qualidade. Contudo, considera-se que o real impacto do RSV em Portugal está significativamente subestimado, fruto da escassa harmonização na codificação de casos de hospitalização entre os hospitais e do desconhecimento do número real de casos de RSV tratados em ambulatório.
Neste consenso foram também identificadas as principais barreiras que condicionam a gestão das infeções por RSV, tendo sido consensual, entre o painel de peritos, que a estratégia atual de prevenção das infeções por este vírus é insuficiente, devido a:
- Desconhecimento da carga real da doença associada a infeções por RSV em Portugal;
- Incapacidade do sistema de saúde para lidar com a sobrecarga de casos de infeções por RSV durante a época sazonal;
- Falta de literacia relativamente ao RSV;
- Desconhecimento do impacto socioeconómico das infeções por RSV em Portugal.
Neste sentido, foram debatidas soluções e desenvolvidos planos de ação para colmatar as barreiras identificadas, entre as quais aumento da literacia e o desenvolvimento de um mecanismo de decisão técnico-científico de forma a preparar o país para a avaliação e implementação de uma estratégia preventiva, eficaz, universal e adequada ao contexto nacional.
A estratégia apresentada por este grupo de peritos centrou-se nas seguintes ações prioritárias:
Medidas de literacia
- Divulgação de informação sobre o RSV através de campanhas físicas, digitais e nos media;
- Inclusão de um folheto informativo sobre o RSV para ser entregue aos pais nas consultas de saúde infantil e juvenil;
- Aumento do papel das autarquias na promoção de literacia em saúde e prevenção de doença da população em geral;
- Implementação nas escolas e creches de formação específica para educadores/ professores sobre as infeções por RSV;
- Formação de equipas multidisciplinares entre Cuidados de Saúde Primários, Hospitalares, Autarquias e Escolas para trabalhar a saúde escolar;
- Reformulação do “Boletim de saúde infantil e juvenil”, incluindo tópicos de discussão específicos para cada faixa etária sobre medidas preventivas não-farmacológicas nas infeções respiratórias.
Medidas para reduzir a disseminação do RSV
- Facilitação do processo burocrático associado ao absentismo laboral dos pais devido a infeção respiratória dos seus filhos;
- Aumento da licença de maternidade/paternidade para pais de bebés prematuros.
Medidas preventivas farmacológicas
- Criação de um grupo de trabalho nacional dedicado ao RSV (à semelhança do existente para a Gripe ou Covid-19) ou reestruturação do grupo de trabalho existente que desenvolveu a norma do Palivizumab (DGS);
- Implementação de um método preventivo universal contra o RSV, que seja disponibilizado de forma equitativa para todas as crianças.
O grupo de peritos concluiu que o investimento na prevenção conduzirá a um uso mais eficiente dos recursos em saúde, contribuindo, assim, para um sistema de saúde mais sustentável. Uma medida preventiva universal para todas as crianças, tem o potencial para reduzir significativamente o número de infeções por RSV, idas às urgências, hospitalizações, absentismo e impacto emocional nas famílias.
RSV Think Thank – Inspirar à Mudança é uma iniciativa Sanofi, dinamizada pela MOAI Consulting, conduzida em parceria com a XXS - Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro e a APES - Associação Portuguesa de Economia da Saúde;
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- Bandeira, T. et al. Burden and severity of children’s hospitalizations by respiratory syncytial virus in Portugal, 2015–2018. Influenza Other Respir Viruses (2022) doi:10.1111/irv.13066.