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Visão global da doença de Pompe

Epidemiologia da doença de Pompe

Incidência, prevalência e distribuição étnica

Aproximadamente 1 em cada 40.000 pessoas nascem com doença de Pompe1

Tal como em qualquer doença rara, é difícil saber exatamente quantas pessoas são afetadas pela doença de Pompe. Extrapolando a partir de dados de incidência assumidos, estima-se que a prevalência atual a nível mundial seja entre 5.000 e 10.000 pessoas. Através de procedimentos implementados em alguns países, como o rastreio neonatal, poderá ser possível obter-se uma imagem mais aproximada à realidade, ao longo do tempo.2,3

A incidência da doença de Pompe pode variar entre populações4

Vários estudos sugerem que a incidência da doença de Pompe pode variar entre 1 em 14.000 e 1 em 300.000, dependendo da área geográfica ou do grupo étnico examinado.5

Entre os adultos com doença de Pompe, existe uma incidência elevada da doença nos Países Baixos.1 Adicionalmente, descobriu-se que algumas variantes patogénicas em específico do gene GAA são mais comuns em certas populações. Entre os lactentes, a doença de Pompe parece ser mais comum em Afro-Americanos e na China.5

Poderá a doença de Pompe estar dissimulada em algum dos seus doentes?

Saiba como identificar melhor os doentes que podem viver com a doença de Pompe

Compreenda como a doença de Pompe se apresenta

Causa genética subjacente na doença de Pompe

Tal como qualquer doença autossómica recessiva, a doença de Pompe apenas ocorre quando um indivíduo herda 2 alelos mutados, 1 de cada progenitor. A maioria dos doentes são heterozigotos compostos, o que significa que herdaram duas variantes patogénicas diferentes.6-8

A doença de Pompe é hereditária e é causada por variantes patogénicas no gene GAA, que codifica a enzima α glucosidase ácida - gene 17q25.2-q25.3, no cromossoma 17.5,9

Em termos gerais, a correlação genótipo-fenótipo não está bem estabelecida, podendo existir heterogeneidade clínica significativa entre doentes com variantes patogénicas semelhantes ou idênticas.5 Uma exceção é a presença de 2 variantes patogénicas nulas, resultando numa ausência total da atividade da enzima AGA. Este genótipo resulta numa apresentação muito precoce da doença, durante a infância, e numa progressão rápida e grave da doença.4,10,11Contudo, mais estudos são necessários de forma a melhor compreender as correlações genótipo-fenótipo e uma correlação não pode ser assumida para nenhum doente individualmente.5

A progressão da doença de Pompe é muito variável e pode ser imprevisível, especialmente em doentes com início dos sintomas em idade mais avançada. Ainda se investiga a patologia molecular da doença, bem como os fatores, genéticos e ambientais, que podem influenciar a progressão da doença e seu prognóstico.5,12

Apesar da análise das variantes patogénicas não predizer necessariamente o prognóstico da doença, é uma ferramenta importante para ajudar a confirmar o diagnóstico inicial e assistir nos rastreios familiar, de portadores e neonatal.13,14

Até à data, foram identificadas mais de 900 variantes diferentes do gene GAA18

Nem todas as variantes do gene GAA são consideradas patogénicas. Continuam a ser reportadas novas variantes do gene GAA e o Centro de Pompe da Universidade Erasmus de Roterdão, Países Baixos, mantém um catálogo atualizado.18

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Fisiopatologia da doença de Pompe

Na doença de Pompe, a deficiência da atividade enzimática da AGA, causada por uma mutação genética subjacente, resulta em danos musculares progressivos e debilitantes12,13,16

Tanto na doença de Pompe Infantil (IOPD), como na doença de Pompe de Início Tardio (LOPD), a deficiência da atividade enzimática da AGA resulta na acumulação progressiva de glicogénio nos lisossomas dos miócitos.5,12

A acumulação não controlada de glicogénio causa ingurgitamento e rutura dos lisossomas, resultado em:17

  • Danos celulares irreversíveis17,18
  • Destruição progressiva do músculo esquelético (incluíndo musculatura respiratória) e do músculo liso17,19
  • Manifestações debilitantes a nível respiratório, motor, musculoesquelético, cardíaco, bulbar e gastrointestinal (GI)12,19-22

Variabilidade dos níveis enzimáticos

Apesar da doença de Pompe ser sempre descrita por atividade da AGA inferior ao normal, o valor exato da atividade enzimática residual varia entre os doentes:16

  • Lactentes com IOPD normalmente têm menos de 1% da atividade enzimática da AGA16
  • Em crianças e adultos com LOPD, a atividade enzimática da AGA está habitualmente compreendida entre os 1%-40% do normal16

Em termos gerais, existe baixa correlação entre a atividade residual da AGA e as manifestações clínicas em crianças e adultos, apesar das crianças serem gravemente afetadas. 6,12,16,25

Diagnostique e monitorize atempadamente a doença de Pompe, ajudando a reduzir a carga para o doente26

A acumulação progressiva de glicogénio e os danos musculares contínuos necessitam de um diagnóstico atempado e da monitorização ativa dos doentes com doença de Pompe.26

Diagnostique a doença de Pompe

Referências

  1. Ausems MGEM, et al. Eur J Hum Genet. 1999;7(6):713-716. doi:10.1038/sj.ejhg.5200367.
  2. Schoser B, et al. Acta Myol. 2015;34(2-3):141-143. doi:10.1007/s00415-016-8219-8.
  3. Bodamer OA, et al; on behalf of the Pompe Disease Newborn Screening Working Group. Pediatrics. 2017;140(suppl 1):S4-S13. doi:10.1542/peds.2016-0280C.
  4. Leslie N, et al. GeneReviews. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1261/. Published August 31, 2007. Updated May 11, 2017. Accessed December 15, 2020.
  5. Hirschhorn R, et al. In: Scriver CR, et al, eds. The Metabolic Bases of Inherited Disease. 8th ed. New York, NY: McGraw-Hill; 2001:3389-3420.
  6. Kishnani PS, et al; Infantile-Onset Pompe Disease Natural History Study Group. J Pediatr. 2006;148(5):671-676. doi:10.1016/j.jpeds.2005.11.033.
  7. Pompe disease. Genetics Home Reference website. https://medlineplus.gov/genetics/condition/pompe-disease/. Accessed December 15, 2020.
  8. Jia X, et al. Aging (Albany NY). 2020;12(5):4268-4282. doi:10.18632/aging.102879.
  9. Pittis MG, et al. Acta Myologica. 2007;26(1):67-71.
  10. Bali DS, et al. Am 1 Med Genet C Semin Med Genet. 2012;160(1):40-49. doi:10.1002/ajmg.c.31319.
  11. Wens SCA, et al. Orphanet J Rare Dis. 2013;8:182. doi:10.1186/1750-1172-8-182.
  12. Kishnani PS, et al; ACMG Work Group on Management of Pompe Disease. Genet Med. 2006;8(5):267-288. doi:10.1097/01.gim.0000218152.87434.f3.
  13. American Association of Neuromuscular and Electrodiagnostic Medicine. Muscle Nerve. 2009;40(1):149-160. doi:10.1002/mus.21393.
  14. van der Ploeg AT, et al. Eur J Neurol. 2017;24(6):768-e31. doi:10.1111/ene.13285.
  15. Nino MY, et al. Hum Mutat. 2019;40(11):1954-1967. doi:10.1002/humu.23854.
  16. Kishnani PS, et al. J Pediatr. 2004;144(5 suppl):S35-S43.
  17. Al Jasmi F, et al; the MENA Pompe Working Group. BMC Neurology. 2015;15:205. doi:10.1186/s12883-015-0412-3.
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  19. Cupler EJ, et al; AANEM Consensus Committee on Late-Onset Pompe Disease. Muscle Nerve. 2012;45(3):319-333. doi:10.1002/mus.22329.
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  21. Schuller A, et al. Am J Med Genet C Semin Med Genet. 2012;160C(1):80-88. doi:10.1002/ajmg.c.31322.
  22. van Capelle CI, et al. Orphanet 1 Rare Dis. 2016;11(1):65. doi:10.1186/s13023-016-0442- y.
  23. Thurberg BL, et al. Lab Invest. 2006;86(12):1208-1220.
  24. Raben N, et al. Mol Genet Metab. 2010;101(4):324-331. doi:10.1016/j.ymgme.2010.08.001.
  25. van der Ploeg AT, et al. Lancet. 2008;372(9646):1342-1353. doi:10.1016/50140-6736(08)61555-X.
  26. Rigter T, et al. Mol Genet Metab. 2012;107(3):448-455. doi:0.1016/j.ymgme.2012.09.017.
MAT-PT-2000584-1.0 - Agosto de 2023